quarta-feira, 16 de julho de 2008

Educação I

Acabei de ter uma palestra sobre o sistema educacional americano e fiquei o tempo todo lembrando como as escolas funcionavam em outras épocas no Brasil.

Veja o vô e o tio Juva, por exemplo. Não estudaram mais que 4 anos na vida, e sabiam juros compostos. Juros compostos! Com sorte, hoje, um aluno de escola pública aprende isso na oitava série. Mas o tio Juva sabia. Sentado no alpendre, notas promissórias em mãos, as ia calculando, uma a uma, na ponta do lápis, em papilinhos que lotavam o bolso.

Não é para menos. Naqueles tempos de recursos estatais menos abundantes, em que não havia pedagogismo (re)(neo)(pós)pluri-socializante, a educação era (ó!) mais eficiente. Os meninos da roça aprendiam tudo que deveriam saber em escolas rurais, totalmente privadas: matemática, tabuada, gramática, fazes da lua, sistemas de medidas. Coisas básicas para saber assinar uma nota, calcular as época de plantio, os alqueires, as cabeças, os arrobas, os litros de leite. E, como não poderia deixar de ser, os meninos aprendiam os juros compostos, para capitalizar o lucro da fazenda ou saber a exata quantia devida.

Quem quisesse mais coisa, podia buscar. Quem não quisesse mais nada, podia parar por ali e tocar a vida. Bom sistema. Pena que ninguém mais acredita nele.

Um comentário:

maria teresa disse...

temos mais um pedagoga na familia...
nao diantou a tia bel te influenciar no direito... (rs)