quarta-feira, 30 de julho de 2008

Escola particular em favelas?

O Ian Vasquez está interessadíssimo em saber se, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países da América Latina, cresce também no Brasil o número de escolas privadas nas favelas. Para ele, isso é um bom sinal de reprovação da performance governamental na área educacional, e está disposto a pesquisar o assunto por aqui.

Particularmente, tenho para mim que isso somente pode ser verificado em relação a creches e escolinhas, que não são providas em número suficiente pelo Estado. Como há este gap público, o mercado gera as soluções, e é comum ver escolinhas em vilas e favelas dos grandes centros. O mesmo não ocorre quanto ao ensino fundamental. O sistema público é tão capilarizado e impõe tanta regulação para entrantes privados que até hoje o mercado não foi capaz de criar soluções viáveis para atingir as camada mais pobres da população. Escolas particulares populares são raríssimas - faltam incentivos.

Não é o caso, no entanto, do ensino público ser considerado bom por daqui - apenas não há outra alternativa razoável para os pobres.

IEE em Beagá!

Coisa interessante - o Instituto de Estudos Empresariais, IEE - tem um Capítulo em Minas, cujo foco é educar jovens sobre as mazelas de um governo ilimitado.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Protesto no Cato II


Foto: Nimish





segunda-feira, 28 de julho de 2008

Protesto no Cato

Mal havia acabado de comer meu teriaki congelado e sentado aqui em frente ao meu PC no Cato quando ouvi barulhos lá fora: "Back up! Back up!". Alguns carros de polícia pararam na rua. Mais barulho e confusão. Saímos todos para o Hall. Do lado de fora da parede de vidro, uma fila de policiais barrando a entrada e dezenas de manifestantes gritando e sacudindo cartazes como Keep 69 in Bed, Stop Global Warming, Anti-capitalism, Liberalism fuck the poor, Stop the War. Me senti em casa - até as roupas dos esquerdistas daqui são iguais aos dos esquerdistas do Brasil, o que prova, de certo modo, que globalização não tem ideologia.

P.S.: Só para os records, eles ainda são burros! O Cato sempre foi contra a guerra... Afe!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Informalidade

Estive numa palestra no HACER - Hispanic America Center for Economic Research esta semana . Um dos convidados falou sobre como solucionar o problema da economia informal. Achei aquilo estranho do ponto de vista libertário: Em que sentido a economia informal é um problema? Informalidade é problema? Só se for para o governo, que vai arrecadar menos impostos. E para os parasitas do estado, que vão ganhar menos benefícios. Para o resto do povo, economia informal é solução; é engenho de entrepreneurs para desviar da burocracia, da regulação e das taxas. Com isso, consumidores pagam menos, e podem comprar mais. Informalidade permite que os pobres acessem os mercados.

Não obstante, o que se alega é que o efeito mais nefasto da economia informal é a competição desigual com os que andam na linha. O que perturba nesse sentido é que, ao invés de clamarem pela desregulamentação dos mercados como um todo, aqueles que andam na linha pedem mais regulação para atingir os informais. Eis a lógica: já que os informais possuem vantagens competitivas porque estão à margem de uma legislação confusa e ineficiente, há que se ter mais fiscalização, de modo que todos cumpram a legislação confusa e ineficiente. Senão, não é justo...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Em sua primeira visita à Minas, Obama é recebido ao entoar do "Hino à Negritude"

Explique-se: acabo de receber 3 emails peculiares. Dois são do movimento social "Brigadas Populares", que postarei depois. Esse é do gabinete do deputado Padre João:

Hino à Negritude é sancionado pelo Governo do EstadoA Lei 17.626/08 de autoria
do deputado Padre João, pretende resgatar a auto-estima do negro e a valorização dos traços culturais afros. Agora é lei!!! Fica oficializado no Estado de Minas Gerais o “Hino à Negritude”, de autoria do professor Eduardo de Oliveira. A Lei 17.626/08, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais no 11 de julho, é decorrente de projeto de lei de iniciativa do Deputado Padre João. A partir de agora, o Hino à Negritude deverá ser entoado em todas as solenidades oficiais que envolvam a comunidade negra.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Inox e Imigração

Acabei de almoçar no Soho, um restaurante na K com 13, a poucos blocos do Cato. Comida barata (se você não fizer conversão), boa e a quilo. Só um defeito: pratos e talheres descartáveis. Foi uma dureza cortar o pernil com a faquinha de plástico.

O fato é que por aqui, a não ser que se vá a um restaurante com garçons - que cobram um absurdo pelo serviço, por sinal - não há como comer civilizadamente .

Suspeito que isso é explicado pelo shortage de mão de obra barata disposta a lavar pratos. Se os mexicanos pudessem livremente cruzar a fronteira, todos os restaurantes teriam inox e louça, para o deleite de seus clientes - mais um benefício da imigração!
:)

sábado, 19 de julho de 2008

Retirantes e Direitos de Propriedade

Ontem, depois de ter visitado o Capitol Hill no grupo do Senador Lugar e caminhado alguns blocos sob o sol mais escaldante de Washington, eu e Varna - minha colega de quarto - sentamos no Au Bon Pain da Union Station para um café gelado.



Por algum motivo que não me recordo agora estava eu falando das disparidades regionais do Brasil, quando me veio um estalo: o sertão ainda é como é porque não tem direitos de propriedade!



Disse isso entusiasticamente, com o sorriso de quem ouviu uma boa fofoca. Isso porque, ao tentar explicar à minha amiga indiana o funcionamento da indústria da seca no nordeste, me lembrei de um trabalho apresentado à Rogata, anos atrás. Veio-me à tela, logo após figuras esquálidas dos retirantes de Vidas Secas, as imagens milagrosas das uvas sendo colhidas pelo Carrefour. Qual pode ser a diferença para explicar esses dois nordestes? Yeah: Propriedade!







No sertão mais sertanejo as pessoas mudam de lugar para lugar procurando água e as fronteiras das propriedades não são bem estabelecidas. Retirantes são nômades. E nômade é a condição daqueles que não têm propriedade - Afinal, esta requer que se assente, que se misture o labor ao solo, como diria Locke.


Alguém que detém a posse em título precário não vai investir trabalho ou dinheiro em uma terra - ficará lá até esgotar todos os recursos, e se mudará para outro lugar. Já quando a propriedade é certa e garantida, há investimento e geração de riqueza, como no caso do super.


Minha hipótese é que, para variar, os incentivos governamentais são perversos neste sentido: Cisternas e açudes são construídos como bens públicos ou em supostas terras de coronéis, restringido, por incentivos ou coerção, o instituto da propriedade. Assim, a indústria da seca empurra os verdadeiros donos da terra para a condição de retirantes, levando o problema a se perpetuar.


Como gostei da idéia e achei-a bastante plausível, é provável que eu vá estudá-la mais a fundo. Se chegar a um resultado positivo, aviso por aqui...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Mais um Google Add bacana:

Não é que funciona mesmo esse trem? Agora é a vez do Ordem Livre!






(Vou parar de ficar mandando essas fotos, tá ficando muito metalinguístico...)

Educação II

Outro método que as pessoas costumam torcer o nariz é homeschooling, isto é, ensinar as crianças em casa. Hoje a moda é colocar os meninos em escolinhas já no primeiro ano de vida. Quanto antes melhor, para que possam socializar, aprender, etc. Privá-las disso, dizem, é um absurdo que terá consequências para seu desenvolvimento cognitivo.

Eu, particularmente, acho uma maldade. Não tem nada mais chato que escolinha. Você é obrigado a cortar papel laminado no formato da mão e a fazer anti-estéticas bolinhas de papel crepom para colá-las em cartolina, formando o primeiro nome. A cartolina sai sempre borrada. As bolinhas caem. Tudo de péssimo gosto.

Isso, sem falar nos coleguinhas. Gente selvagem. Nas minhas memórias de infância está o dia em que levei minha mais nova propriedade - a família coração da Barbie - para brincar no recreio. Uma das meninas roubou os chocalhos que vinham no bercinho. Revoltei. Não quis voltar mais lá.

Só passei a frequentar a escolinha com assiduidade mesmo a partir do pré. Matei o maternal para assistir A Gata Comeu, Que Rei sou Eu e Vamp. Tinha os LP's todos, decorava as falas. E a Tê me ensinou a escrever e ler, método construtivista.

Pena que eu não continuei nessa vida. Ia ser bem mais esperta. As duas pessoas mais espertas aqui do programa são o Paul Meinhausen e o Roberto Valenzuela. Os dois foram educados em casa a vida toda. Entraram cedo para a faculdade. Brilhantes. E não são nerds esquisitos, se alguém quiser levantar essa objeção. Sei que dois não é lá amostra para nenhuma estatística, mas já é alguma coisa para quebrar tabus...

Educação I

Acabei de ter uma palestra sobre o sistema educacional americano e fiquei o tempo todo lembrando como as escolas funcionavam em outras épocas no Brasil.

Veja o vô e o tio Juva, por exemplo. Não estudaram mais que 4 anos na vida, e sabiam juros compostos. Juros compostos! Com sorte, hoje, um aluno de escola pública aprende isso na oitava série. Mas o tio Juva sabia. Sentado no alpendre, notas promissórias em mãos, as ia calculando, uma a uma, na ponta do lápis, em papilinhos que lotavam o bolso.

Não é para menos. Naqueles tempos de recursos estatais menos abundantes, em que não havia pedagogismo (re)(neo)(pós)pluri-socializante, a educação era (ó!) mais eficiente. Os meninos da roça aprendiam tudo que deveriam saber em escolas rurais, totalmente privadas: matemática, tabuada, gramática, fazes da lua, sistemas de medidas. Coisas básicas para saber assinar uma nota, calcular as época de plantio, os alqueires, as cabeças, os arrobas, os litros de leite. E, como não poderia deixar de ser, os meninos aprendiam os juros compostos, para capitalizar o lucro da fazenda ou saber a exata quantia devida.

Quem quisesse mais coisa, podia buscar. Quem não quisesse mais nada, podia parar por ali e tocar a vida. Bom sistema. Pena que ninguém mais acredita nele.

ânimo...

Impressionante. 1 semana entre um post e outro.
É por essas e outras que nenhum blog meu dura mais que um mês!

Para um blog mais interessante:

http://puragoiaba.apostos.com/

Para ver no Youtube

Esse mundo liberal tá cada vez maior. Eita orgulho. Hoje pela manhã o Joey me pediu para ver brasileiros dispostos a estagiar no Cato neste fall; acabei futricando orkuts e blogs até me deparar com esse pessoal do 'Fonft Economia':

http://www.youtube.com/watch?v=6WH1V_mKC-g&feature=related

Parace I.F. produções... Mas no I.F. somos quase todos socialistas. :)

terça-feira, 8 de julho de 2008

How cool is that?


Koch Industries no meu google adds...

:)

Veja o print screen, à esquerda:


segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nudge no Brasil

Um dos assuntos que rendeu debates entre os estagiários do Cato e os Koch fellows nas últimas semanas foi o livro “Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness”, de Richard Thaler e Cass Sunstain. Segundo os autores:



“Por nudge queremos dizer qualquer coisa que influencie nossas escolhas. Uma
cafeteria de uma escola pode tentar ‘empurrar’ às crianças uma boa dieta,
colocando comidas saudáveis à frente. Acreditamos que é tempo das instituições,
inclusive o governo, tornarem-se mais amigáveis por meio da adoção da ciência da
escolha, de modo a tornar a vida mais fácil para as pessoas e gentilmente
empurrá-las na direção que fará suas vidas melhores.”


Recentemente o assunto voltou à baila quando Barak Obama prestou declarações que fizeram concluir ser ele um grande fã de nudging, ou, como dizem, adepto das políticas concebidas pelos “arquitetos da escolha”.

Vamos por partes. Nudge significa dar um empurrãozinho, uma cutucada; ou, ainda melhor, como qualquer pessoa que usa MSN sabe, dar uma sacudidela naquele ser inerte que demora duas horas para responder mensagens.

Pois bem, no livro, os autores argumentam que o tal nudge pode trazer grandes benefícios sociais por meio do rearranjo dos critérios de escolhas individuais, sem que isso caracterize autoritarismo – daí o motivo dessa espécie de política ser chamada de “paternalismo libertário”.

O nudge se apóia no princípio da inércia: Se algo já está lá, a tendência é que as pessoas não se moverão para mudar, ainda que a mudança possa trazer maior benefício. Baseado nisso, ele dá exemplos de rearranjos como os descritos acima, isto é, colocar frutas ao alcance das crianças nas lanchonetes de escolas ou readequar as regras para que a opção padrão seja aquela almejada pelo governo, de modo que somente para alterá-la é que os indivíduos terão que se movimentar.

Neste sentido, segundo os autores, uma das decisões que podem ser avançadas por meio de uma simples mudança nas regras, gerando grande ganho social, é a doação de órgãos. Hoje, nos EUA, a pessoa é considerada não doadora até que a família decida o contrário. Inverter esta ordem e tornar “default” a doação, permitindo que as pessoas optem por ser não-doadoras, teoricamente eliminaria o problema da escassez de órgãos.

A bem da verdade, termos como ‘default’ e ‘ciência da escolha’ são nudging em si, solapando a questão jurídica por trás do assunto e tornando fácil sua defesa política. Afinal de contas, toda essa discussão deve nos recordar uma situação que já vivemos no Brasil, anos atrás. Nós, sempre avançados nas questões mais vanguardistas da engenharia social, já usamos e abandonamos o nudge na doação de órgãos - Alguém se lembra?

Em 1998 entrou em vigor a lei nº 9.434, inaugurando o que em linguagem jurídica ficou conhecida como ‘consentimento presumido fraco’, que, diferenciando-se do ‘consentimento presumido forte’ (doação compulsória, adotada em alguns países), previa que em regra todos os brasileiros maiores de 18 seriam considerados doadores de órgãos e tecidos, devendo explicitamente fazer constar na carteira de identidade ou de motorista aquele que assim não desejasse.

Um decreto posterior chegou inclusive a estabelecer prazo para que aqueles que não quisessem ser doadores alterassem seus documentos - isso tudo, a bem dizer, num país em que milhões de pessoas sequer tem um registro civil. O resultado, além de muita discussão jurídica – graças ao bom Deus, que nos enviou os bacharéis – foi que os brasileiros correram em massa para carimbar o “não doador de órgãos e tecidos” na identidade. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 80% da população fez essa opção. O feedback foi tão inesperadamente negativo que, pouco tempo depois, revogou-se a lei por medida provisória, retornando-se à doação consentida.

Será então o Brasil uma falha na teoria do Thaler e Sunstain? Bem, talvez os autores tenham falhado apenas em prever que a decisão de doar órgãos certamente envolve custos bem mais elevados, não superáveis por mera inércia, donde se segue que o nudge poderia ainda ser uma boa solução para outras coisas, como fazer crianças adotarem uma dieta mais saudável nas escolas. Mas, para mim, o problema fundamental do nudge não é se ele pode ou não efetivamente funcionar, nem se ele é mais ou menos gentil com as pessoas em seu “empurrãozinho”. Meu problema é com a “direção que fará a vida delas melhor”. Quem é que pode saber uma coisa dessa? Observando os americanos por aqui se estusiasmarem com essas modas, fico feliz que o Brasileiro seja um povo desconfiado. Somos desconfiados do vizinho, mas também somos desconfiados do governo. E essa é uma grande vantagem.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Property Rights x Capitalism – Why Libertarians Should Not Call Themselves Capitalists

Many libertarians, who are in fact real free-marketers, sometimes call themselves “capitalists”. Here I intended to explain why this is an inaccurate and sometime misleading title for those who defend freedom.

The particle ‘ism’ is in general used to indicate a doctrine or philosophical chain. We have, so, ‘fascism’, ‘Nazism’, ‘socialism’, ‘positivism’, as examples of use of the terminology. In a similar way ‘ist’ is used to designate those that follows the referred chain, like ‘fascist’, ‘socialist’, ‘positivist’. In both cases, it is indicated, through the suffix, the existence of an approach of thought, conceptual and historically distinct from others.

An odd circumstance can be perceived, however, regarding the term ‘capitalism’. At first, a purely etymological definition would lead us to believe that capitalism is a philosophical approach, a systematization of concepts and ideals thought by a determinate group, at a determinate time in history: the capitalists.

In fact, the semiotic confusion was well wished by those who rebelled against the productive system that has appeared and developed in the 18th century. In fact, it also has been easily assumed and propagated by virtual defenders of the system. It was claimed by the oppositions that capitalism was a ‘bourgeois ideology’, ideology that would be mined by the new proletarian ideals of liberation. Well, being capitalism just an ideology, it was easier to combat it: all it was necessary was surpassing the ‘values’ of capital accumulation and of mass consumption. The so called oppressive productive relation would ruin, and dictatorship of proletarians would be implanted.

The concept of capitalism as ideology was so propagated and has encountered so few opposites that advanced through times and got to the actual days practically uninjured. Nowadays, it is attributed to ‘capitalism’ ideals coming from chains of thought so diverse as liberalism, mercantilism and imperialism. The semantic association of the word puts it into a condition of a ‘plan’ – some sort of sombrous order, designed and established ‘from above’, imposed by force on individuals, on society, on the state and on the law, through techniques as terrible as the destruction of local cultures and general massing of society.

Nevertheless, I intend to argue that Capitalism can not be defined as a determinate set of ideas. Capitalism is not an ideological chain planned intentionally to achieve the global domination of its followers, the capitalists. Capitalism is simply the term that designates a productive system that is based in four elements: property, labour division, capital accumulation and mass production. Present these elements, in a bigger or smaller scale, capitalism, then, invariably emerges, by the interaction of the most diverse individuals.


Capitalistic Conformations


The capitalist productive system has appeared in the world around the 18th century and, so far, has established itself as the most economically advantageous known method of mass production. In other words, the combination of the four elements – property rights, labour division, capital accumulation and mass production - has generated the greatest productive method – at least, until now – ever experienced by man. Others attempts yet realized have shown to be inutile in the suppression of capitalism as the ultimate productive method, i.e., a mass production method. In such attempts, monetary calculation has shown to be impossible, allocation of resources, inefficient, and it did not take long for the whole system to collapse. In fact, amidst the productive systems known by mankind so far, it is impossible to find one, outside capitalism, that could sustain the huge quantity of human beings that now habits Earth, i.e., it is impossible to find a system that could provide a mass production for a massive consumption.


All of this does not mean, nevertheless, that capitalism has spread its benefits for the entire world. There are places in where capitalism has not been developed, or, if developed, it appears to be a more destructive than beneficial system. I argue that this happens whether by lack of some of its constitutive elements, whether by restrictions opposed to these elements.


In this aspect, among critics, it is interesting to observe how common it is to attribute to capitalism the ‘blame’ for certain people or country to be more or to be less economically developed. It is said that capitalism is ‘excluding’, that is, that it is responsible for leading huge parts of the globe unaware of social economic development. This assertion is extremely misleading. It blames a non-existing system for its own non-existence. Certainly, it is not capitalism per se that restrains capitalism from becoming a dominant system at some place. First, it is the existence or not of its so-called ‘elements’ that defines it; secondly, it is the social-political institutions and the grade of variation that they impose on the ‘elements’ that conform it.


Property is significantly the most important component of individual actions and human’s purposeful behaviour. If we deny property rights, whether the right of some individual to self-ownership, or his ownership of products resulted of his job, we also deny his very existence and prosperity as a human being. Naturally, the extent of property rights respect in a determinate society may vary considerably. For example, a society can be constructed in ways that only a small parcel of its population has virtual property rights, surviving at the expenses and by the expropriation of the majority. This constitutes a violent aggression from some people upon others, and, in this sense, aggression is the opposite of property. I another hand, ideally, a society can have strong property rights values, hence social cooperation and human respect is better improved.


Labour division happens when economies grows to a such an extent that it turns to be more difficult to a person to produce everything he needs by himself than to produce a certain item and engage in exchange procedures with others to get what he needs. Implicit in labour division there is the existence of a stable monetary system, whose absence makes it impossible for people to trade and calculate in a proper way. Again, the intensity and strength of labour division will depend upon the especial characteristics of a society.


Capital accumulation is a step where, whether through work, savings or pillages, a society has become rich enough to achieve. Through capital accumulation a society can take a next step to a bigger stage of production, and so make productive investments. Of course, the means by which a society has acquired its capital resources is also impacting of how this accumulation will be like. For example, in a society that had little respect for property rights and that has acquired its capital through exploitation and pillage, it will be more likely that capital will be badly distributed among its members.


Mass production will occur whereas there is an established labour division and capital accumulation. Hence, it can be said that the existence, to some extent, of mass production and property rights is what defines and conforms capitalism.


Precisely for being defined by elements and conformed by environment – factors extremely variables from one society to another, from a historical time to another – that capitalism can present extreme variations of grade and intensity. Capitalism not necessarily is going to work only in free market conditions; not necessarily is going to work only in free societies. Capitalism, as a productive system emerged by ‘elements’, as said above, is not opposed, a priori, to authoritarianism and coercion. In fact, certain shapes of social institutions can be established in such a way that manages to maintain a capitalist productive system in an environment of tiny respect for property rights. For it could be seen the appearance of mutualism between governments and corporations; for it could be seen authoritarian governments, disrespectful of human rights, developing unprecedented capitalist arrangements; for it could be seen the arisen of a state capitalism, or a corporate state, worldwide.


The “Libertarian” Capitalism


Explained capitalism as a fact, not as a political value or plan, we are ready now to analyze how should be an ideological libertarian defence of a virtuous capitalism; the sentence may sound incoherent in respect to what I have just said initially. I could say, in advance, that this defence is not a self-preservation tool inherent to the capitalist system itself, since what we face – as explained – is an economic regularity that will occur from the mere junction of some elements. What is meant here is establishing to what extent capitalism, as a productive system, from the normative point of view, could be defended, i.e., how should be capitalism’s ethical justification from a libertarian point of view.

The ethical justification of capitalism as the best system of mass production to suppress the needs of a population is essentially utilitarian. But this solely-utilitarian argument is large enough to embrace various different colours of capitalism, since capitalism is flexible and can assume varied forms. In a certain way, it can be said that, by the utilitarian approach, capitalism will vary according to the value that is attached to the different needs of a population. We will then see utilitarian defenders whether in a case for a capitalism that not necessarily corresponds to free market capitalism, whether in a case for a pure capitalism, in conditions of total freedom of interactions.

Justifying capitalism in a solely-utilitarian basis can, then, lead to undesirable social situations under a libertarian point of view. As a matter of fact, in this lies the fundamental error of those libertarians who have always defended capitalism – if we are to create a case for capitalism only in a utilitarian basis, i.e. , by reaffirming its economic excellence in mass production, we could be supporting some sorts of capitalism that are way distant from libertarian ethical values of non-aggression, freedom and respect to property rights.

Hence, labour division, capital accumulation and mass production can all be defended in ways that do not implicate in the defence of a virtuous capitalist system, that is, a free-capitalism. However, unless one incurs in seriously logic errors, a person who defends property rights can not be opposed to the others compounding elements nor to capitalism as a system; in fact, if one defends property, one defends, indirectly, the kind of capitalism that is conformed when this element is plainly disseminated in society: a cooperative, free-capitalism.

In order to create a stronger case for this claim, let us briefly analyze, at an individual level, how a man can possibly interact to another. Murray Rothbard points out the kinds of interaction, i.e., the types of conduct that a man could assume when facing another individual, yet, the types of interpersonal action. In this sense, an interpersonal action can be base on aggression or can be cooperative, or, in other words, can be disrespectful or respectful of property rights.

When there is an aggression, a man expropriates the other by the use of force. It is, to use an expression of game-theory, a zero-sum game, where there is always a looser. The reasons to initiate or restrain an aggressive action can be many, as well as its results. One can be killed or reduced into a condition of slavery, for example. But this kind of interpersonal action is not the one we intend to analyze. Aggressive action always leads to a state of non-cooperation, and the important thing is not to explain how society does not work, but rather, how it does work, and how we can improve cooperation.

Voluntary action happens when two individuals cooperate, voluntarily, whether by donations or exchanges. Between the actors involved, there is no loss. In donation, one gives it voluntarily, and one receives it voluntarily. In exchange, both individuals trade because they want better the thing that is possessed by the other, so that they both gain.

Guiding our thoughts from an individual interaction to a complex global society, we can glimpse that just as in the personal interaction we have two different approaches – aggression and cooperation – in a complex society actions can also be based upon expropriation or cooperation, that is, respect or disrespect to property rights. Then, as seem below, by crossing two axels, which represents the scale by which a society respect property rights and scale by which a society has achieved mass production, we can represent four basic types of capitalism:



As societies advance in their scales of mass production and respect for property rights, they are moving towards the way of a developed and cooperative kind of capitalism. As respect for property right decreases, we can still perceive a developed capitalism, but one of exploitive lines. As mass production decreases, an underdeveloped and exploitive capitalism emerges. Again, if property rights protections increases, maintaining low production, capitalism will be still economically underdeveloped, yet cooperative and non exploitive.

Then, as a libertarian, I do not argue for capitalism. What I argue for is that all conformations assumed by capitalism worldwide should be shifted from those exploitive types to the cooperative one. And this virtuous-cooperative-developed capitalism, the libertarian capitalism for instance, can only be achieved through total respect for property rights. Property right is the ultimate value libertarians should support in order for social cooperation to be brought up among peoples. Developed capitalism is only the natural outcome of property rights and economic development. It can be one of our arguments, but not our claim.



terça-feira, 1 de julho de 2008

Quem é Charles G. Koch?

Você deveria conhecer este senhor. Mas o fato é que ninguém nunca ouviu falar dele. Nada de notável aqui, se não fosse a circunstância de ser ele dono da maior empresa privada dos Estados Unidos (http://www.forbes.com/lists/2007/21/biz_privates07_Americas-Largest-Private-Companies_Rank.html) e o nono mais rico americano (http://www.forbes.com/lists/2007/54/richlist07_The-400-Richest-Americans_Rank.html). Dentre suas muitas companhias está a nada mais nada menos, Lycra. Sim, todos os dias você veste o que este senhor produz, de maneira até muito íntima, por assim dizer. E como é que nunca ouviu falar dele?

Eu também nunca tinha ouvido falar do senhor Koch até ser selecionada para o programa de fellowship Koch Summer Fellow Program. De início não me preocupei com o porquê do nome Koch, mas, durante a primeira semana de seminários, vim a descobrir este homem, patrocinador do meu verão libertário em Washington. Koch é engenheiro e, sabe-se Deus porquê, gosta de Escola Austríaca e de mercados livres. Ele é o grande donatário dos institutos liberais dos Estados Unidos. E o mais interessante: Koch atribui seu sucesso empresarial à sua filosofia de gestão, a MBM, ou market-based management, que visa aplicar os princípios da economia de mercado dentro de uma organização, mais ou menos algo que eu sempre tive em mente; por isso a descoberta e Koch foi ao mesmo tempo contentamento e decepção - afinal de contas, achei que tinha alguma idéia completamente original.

Mas, por que é que nunca ouvimos falar de Koch? Bem, o que acho interessante a este respeito é que Koch não abriu o capital de sua empresa. Inclusive, a Forbes atribui a ele a resposta "só sob meu cadáver" a respeito de uma possível abertura. Há alguma explicação para isso? Ainda estou virando as páginas do seu livro "Science of Sucess", e espero encontrar uma resposta em breve. Não me espantaria, entretanto, ser esta uma estratégia deliberada para fugir das avacalhações que a política impõe aos negócios. Abrir capital é excelente, mas pode te deixar em uma posição muito frágil. Especialmente quando o negócio é tão sujeito a controle político quanto é o petróleo. Um pequeno rumor, que, de outro modo, em nada arranharia seu capital, pode vir a demolir uma empresa sólida. Governo dos EUA decide fazer Guerra no Iraque, ações sobem. Governo dos EUA adota a mistura de etanol e gasolina, ações caem. Ambientalistas armam escândalos, ações caem. Novas regulações são votadas e - zaz - ações caem de novo.

Todos esses movimentos do mercado acionário, muitas vezes, em nada refletem a situação econômica da empresa, sendo extremamente relacionados a uma situação política momentânea. Isso torna a vida dos empresários bastante complicada. Ou se entra no jogo político-midiático para ganhar privilégios, como faz a grande maioria em suas associações promíscuas com o poder, ou se tenta escapar da política sendo o mais independente possível. É notável que grande parte das tarefas diárias dos CEOs envolve politicar. Sendo Koch libertário, nada mais natural que manter-se fechado e desconhecido, e exercer de longe influência aqui ou ali num ou noutro think tank na luta para liberalizar mercados.

Já bastante interessante é a situação quando o dono majoritário de uma empresa é o governo. Pensem na Petrobras. Ser pública torna a vida da Petrobras muito fácil. Ela pode explorar o que quiser sem muitos problemas com legislação ambiental. Pode escapar dos ímpetos regulatórios e da atuação de grupos de interesses. A Petrobras é um assunto de Estado, por mais que seus gententes queiram negar. Faz parte da identidade coletiva nacional. Ninguém reclama de poluição em águas profundas. Ninguém protesta quando há derramamento de óleo. As ações não caem por causa do Álcool. Claro, a regulação governamental será sempre favorável, pois o governo, como um todo, é parte interessada, diretamente. Assim, para empresas governamentais, parece ser um grande negócio abrir o capital - ironicamente, as estatais estão livres do peso político.

Mas Koch é dono de uma empresa privada. E libertário. Por isso, ao invés de gastar tempo com politicagem e capas de revistas, incentivando intervenções e favores governamentais para seu setor, Koch gastou tempo com empreendedorismo e gestão. Aparentemente, vem dando certo. De todas as grandes empresas, a Koch Corporation foi a única que cresceu continuamente nas últimas décadas, sucesso que Koch atribui aos princípios do Market-Based Management. Ponto para o livre mercado. :)